segunda-feira, 28 de maio de 2012

Diário de viagem: Manaus, parte 8


Manaus, 02 de fevereiro

Passei o dia inteiro praticamente no hotel. Comendo chocolates. E com dor-de-cabeça. Certamente em virtude das últimas noites mal dormidas. A entrevista da tarde foi cancelada. Não achei ruim. Precisava colocar umas tarefas em dia. E relaxar um pouco, agora que finalmente me livrei do infame relatório.
Estou enamorada dos meus quadros! Coloquei-os sobre minha mesa de trabalho, apoiados na parede e não me canso de contemplá-los quando tiro a vista da tela fria do computador.
Também continuo a deliciar-me com Thiago de Mello. Mais e mais. Já os outros poetas que tenho lido não são tão bons, à exceção de um ou outro poema. Hoje devo concluir a leitura de Milton Hatoum (Órfãos do Eldorado). O que mais me agrada no livro de Hatoum é o imaginário dos encantados, pano de fundo de toda a história. Acho fascinantes essas crenças em seres que se transmutam de homens em bichos -- que habitam o fundo dos rios, os ocos das florestas -- e logo voltam a ser homens. E o mais lindo é que muita gente aqui acredita de fato nisto, tanto como eu acredito  que os ventos resultam do movimento do ar.
Seu Sabá também é cultura. Me contou que Manaus, antigamente, se chamava Manaós. É o nome da etnia indígena que habitava as margens do rio Negro, antes que os homens “civilizados” chegassem e tomassem de conta do lugar.
Da minha janela assisto a um pôr-do-sol magnífico. Pela primeira vez, desde que cheguei, o céu se mostra inteiramente desnudo. Nenhuma nuvem negra no horizonte. A cúpula do Amazonas está ainda mais majestosa contra o céu límpido. A luz alaranjada do sol incide indiretamente sobre o Teatro e o Palácio de Justiça, conferindo-lhes certo ar melancólico. À direita, por sobre o prédio cinzento da Santa Casa de Misericórdia, uns três fiapos de nuvens, finíssimas, leves e muito compridas. Estão simplesmente lindas. Vestidas de tons fortíssimos de laranja. O contraste com o azul do céu é de um efeito plástico incrível.
Leio Thiago de Mello e me detenho num poema (“Desisto”) que me parece melancólico como esse momento, em que o dia está morrendo.

Primeira noite de céu estrelado em Manaus. Jantamos nO Chefão. No patiozinho interno. Bem simpático. Estilo italiano. Senti falta foi de Alexandre, o jovem atendente do Manaúma, onde temos ido tomar sopa várias vezes. É de uma atenção conosco, que só vendo. Fofíssimo.

2 comentários:

  1. Lelaaaaaaaaaa
    Sabe qual o maior problema em ler seu blog e q eu vejo q estou precisando de aulas de portugues urgentemente hahahahahahahahha!! Mais parabens vou gravar aqui p/ ficar visitando, so assim p/ saber mais de voce!! Bjinhos no coracao... saudades mil... te amuu, Ingridy

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  2. Kkkkk.... adorei! Boa razão pra você acompanhar meu blog! Brincadeira. A melhor de todas as razões é a gente poder ficar mais perto uma da outra. BJSSSSS

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