segunda-feira, 26 de março de 2012

Mulheres do século XXI: independentes e frustradas


Uma constatação se impõe aos olhos de qualquer observador mais atento: nós, mulheres do século XXI, independentes e bem sucedidas, aqui estamos, frustradas, insatisfeitas e solitárias (às vezes mesmo quando estamos em uma relação). Já há, inclusive, explicações sociológicas e psicológicas disponíveis sobre tal fenômeno. No entanto, a verdade nua e crua é que entender as causas da infelicidade feminina não têm surtido nenhum efeito prático. Tudo bem: as mulheres vivenciam duplas ou triplas jornadas, estão mais estressadas, têm mais infartos, sofrem mais de câncer e de depressão que suas avós e bisavós. Vivem frustradas porque seus papéis sociais sofreram uma verdadeira Revolução Francesa e os homens não acompanharam essas mudanças. Resultado, impossível encontrar um homem que atenda às novas expectativas femininas. Onde achar o homem decidido, inteligente, generoso, companheiro, bom pai, parceiro de madrugadas entre fraldas e mamadeiras, assim como de forno e pia de cozinha, bem sucedido, sensível e que, ainda por cima, tenha uma boa pegada e seja fiel, isto é, crítico e refratário aos valores machistas de seus pais (e heterossexual!). Em lugar nenhum! Obviamente. Quer dizer, apenas nos seus sonhos. Na vida real, se você encontrar um homem determinado, inteligente, generoso e com boa pegada, considere-se a feliz ganhadora da Mega Sena da Virada. Usufrua seu prêmio e seja feliz. É claro que a sua combinação ganhadora pode ser outra. O fato é que precisamos eleger, da longa lista de atributos DESEJADOS, aqueles realmente essenciais, ou viveremos eternamente frustradas e solitárias, pois essas exigências todas são obviamente inalcançáveis, e de quebra ainda assustam os homens. Já repararam que as mulheres solteiras, entre 30 e 40, são em boa parte dos casos as inteligentes, independentes e bem-sucedidas? Se você é feliz como solteira inveterada, ótimo. Mas se seu desejo é encontrar um companheiro para despender com você o tempo da vida, talvez não seja má ideia revisitar alguns valores e modos de ser de nossas mães e avós. Me pergunto com frequência se elas não tinham um pouco mais de savoir vivre que nós, personas femininas do mundo globalizado.

4 comentários:

  1. Faltou um "Ufa!" no final, para respirar. Que desabafo, Dona Val!
    E quantas exigências de nós. Mais cobranças para cima de nós, ai.
    Vc esqueceu do principal,oras, que a ame. Ame daquele jeito que tem de ser.

    Vini

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    1. Tem toda razão, Vini. Ser amada é fundamental. Contudo, note-se bem, não é suficiente. Quanto a todas essas exigências, advogo precisamente que sejam consideravelmente reduzidas. Para o bem de todos nós, homens e mulheres.
      Valéria

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  2. Comentário enviado por Gustavo Krause (que não conseguiu postar na página)
    Sem contar com algumas impossibilidades: a fidelidade, por exemplo. Inteligentes? Simplesmente assustadoras. Burrinha, oxigenada e...CALADA Kkkkkkkkrause

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    1. Meu querido amigo, como sempre você enxerga longe. Ainda escreverei algo sobre a fidelidade....

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