Uma constatação se impõe aos olhos de qualquer observador mais atento: nós, mulheres do século XXI, independentes e bem sucedidas, aqui estamos, frustradas, insatisfeitas e solitárias (às vezes mesmo quando estamos em uma relação). Já há, inclusive, explicações sociológicas e psicológicas disponíveis sobre tal fenômeno. No entanto, a verdade nua e crua é que entender as causas da infelicidade feminina não têm surtido nenhum efeito prático. Tudo bem: as mulheres vivenciam duplas ou triplas jornadas, estão mais estressadas, têm mais infartos, sofrem mais de câncer e de depressão que suas avós e bisavós. Vivem frustradas porque seus papéis sociais sofreram uma verdadeira Revolução Francesa e os homens não acompanharam essas mudanças. Resultado, impossível encontrar um homem que atenda às novas expectativas femininas. Onde achar o homem decidido, inteligente, generoso, companheiro, bom pai, parceiro de madrugadas entre fraldas e mamadeiras, assim como de forno e pia de cozinha, bem sucedido, sensível e que, ainda por cima, tenha uma boa pegada e seja fiel, isto é, crítico e refratário aos valores machistas de seus pais (e heterossexual!). Em lugar nenhum! Obviamente. Quer dizer, apenas nos seus sonhos. Na vida real, se você encontrar um homem determinado, inteligente, generoso e com boa pegada, considere-se a feliz ganhadora da Mega Sena da Virada. Usufrua seu prêmio e seja feliz. É claro que a sua combinação ganhadora pode ser outra. O fato é que precisamos eleger, da longa lista de atributos DESEJADOS, aqueles realmente essenciais, ou viveremos eternamente frustradas e solitárias, pois essas exigências todas são obviamente inalcançáveis, e de quebra ainda assustam os homens. Já repararam que as mulheres solteiras, entre 30 e 40, são em boa parte dos casos as inteligentes, independentes e bem-sucedidas? Se você é feliz como solteira inveterada, ótimo. Mas se seu desejo é encontrar um companheiro para despender com você o tempo da vida, talvez não seja má ideia revisitar alguns valores e modos de ser de nossas mães e avós. Me pergunto com frequência se elas não tinham um pouco mais de savoir vivre que nós, personas femininas do mundo globalizado.
Faltou um "Ufa!" no final, para respirar. Que desabafo, Dona Val!
ResponderExcluirE quantas exigências de nós. Mais cobranças para cima de nós, ai.
Vc esqueceu do principal,oras, que a ame. Ame daquele jeito que tem de ser.
Vini
Tem toda razão, Vini. Ser amada é fundamental. Contudo, note-se bem, não é suficiente. Quanto a todas essas exigências, advogo precisamente que sejam consideravelmente reduzidas. Para o bem de todos nós, homens e mulheres.
ExcluirValéria
Comentário enviado por Gustavo Krause (que não conseguiu postar na página)
ResponderExcluirSem contar com algumas impossibilidades: a fidelidade, por exemplo. Inteligentes? Simplesmente assustadoras. Burrinha, oxigenada e...CALADA Kkkkkkkkrause
Meu querido amigo, como sempre você enxerga longe. Ainda escreverei algo sobre a fidelidade....
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