quinta-feira, 9 de abril de 2015

Andando com Fé: Dia 3

 08/4/15

Saímos de casa pela manhã, eu, Chrissy, sua cunhada, Suny e a namorada, Barbara. Queria muito conhecer os Everglades, fazendo um passeio naqueles barcos com um grande ventilador atrás, mas ficava distante do nosso destino final, Key Largo. Então, paramos numa das entradas no lado leste. Descubro que os Everglades são um parque nacional enorme, um ecossistema único e com uma certa diversidade interna. A área que visitamos é uma mistura de charco e mangue, mas sem aqueles enormes capins que vemos nos filmes. Como quase tudo nos Estados Unidos, o passeio é todo estruturado, com passarelas de madeira, que nos permitem contemplar os jacarés, tartarugas, peixes e pássaros, em seu habitat, mas com ordem e segurança.
Assistimos a uma cena curiosíssima. Uma elegante garça cinza encontra-se parada num trecho alagado. Um jacaré ou alligator está a alguns metros de distância, igualmente parado, meio disfarçado no meio da vegetação aquática, que parece ser da mesma família da vitória-régia, o jacaré começa a movimentar-se lentamente em direção à garça. Esta se põe toda tesa, e eu penso que está pressentindo a aproximação do jacaré, ela levanta uma pata. De súbito, enfia o bico na água e sai segurando um peixe. Como as aparências enganam! Eu pensando que ela se preparava para fugir e a danada estava mais era preparando um bote. Enquanto sua vítima se debate na ponta do seu bico, o jacaré prossegue seu lento e calculado movimento de aproximação. A essa altura, todo um público de humanos assiste à cena de respiração presa. O pássaro engole seu almoço e o jacaré cada vez mais perto. Alguém exclama: Estamos prestes a testemunhar uma cena do National Geographics. Mas a garça finalmente dá sinais de perceber a presença do seu predador e afasta-se em movimentos igualmente lentos e suaves. Terá um fim bem melhor do que o do peixe.
De Everglades dirigimos em direção ao extremo Sul do país. Vamos para Key Largo, o primeiro ponto importante dos “Keys” ou “caios” da Flórida, uma enorme área costeira, formada por restingas, ilhotas, lagunas. A paisagem é bem bonita. A estreita rodovia, com muretas e meios-fios inusitadamente pintados de azul piscina, é uma linha reta desenhada no meio das águas. Em Key Largo, apesar da tosse intensa, que anuncia uma bela gripe, acompanho as meninas num passeio de barco com mergulho de superfície (snorkel). Uma belíssima barreira de coral se estende por uma vasta área, em alto mar. Nunca havia mergulhado de snorkel numa área tão extensa. O barco retorna ao pôr-do-sol. No caminho para o ancoradouro, passamos por casas que custam entre 6 e 10 milhões de dólares. Penso em como é curioso que passeios turísticos sempre incluam esse tipo de informação, que me parece absolutamente irrelevante. Enfim. Espero que os proprietários dessas casas sejam felizes, a despeito dos seus milhões.

Chego em casa cansada e meio mole. Afinal de contas, o que parecia apenas uma tosse irritante, é mesmo uma bela gripe.

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