Havia lido uma matéria a respeito na Veja, faz algum tempo, sobre a High
Line. Só não sabia que ia dar de cara com ela, sem precisar procurar.
Hospedei-me bem pertinho da entrada da High
Line, ou de seu ponto inicial, próximo ao Mercado de Chelsea. Eis um passeio que vale a pena fazer, e no final de
semana, quando não apenas turistas, mas os nova-iorquinos vão passear nesse
espaço urbano que, para usar um termo da moda, foi resignificado. Esta antiga
linha de trem, construída para permitir que o abastecimento de suprimentos a
Nova Iorque se fizesse sem impacto sobre o tráfego, ficou abandonada por
décadas, até que um grupo de moradores começou a se mobilizar e conseguiu
transformar a área degradada em um belo parque suspenso.
A High Line vai de
Chelsea até uma das ruas da área
central de Manhattan, só que junto do
cais. Descendo no final do parque e caminhando algumas quadras para a direita,
chega-se praticamente a Times Square.
Fiz o passeio pela High Line num
sábado ensolarado. Estava cheia. Muitos turistas, obviamente, mas muitos locais
também. Pessoas sentadas pelas mesas e bancos, com seus pacotinhos de comida,
almoçando. A grande maioria caminhando, sem destino e sem pressa, parando para
observar a cidade de diferentes perspectivas. Uma festa Techno estava em curso,
como parte das atividades culturais do parque. Podia-se pagar o ingresso para
entrar na área reservada, onde dois DJ´s manejavam seus discos, ou podia-se
escutar a música nas mesas e bancos próximos. A festa tinha um público jovem e
descolado, que obviamente fora à High
Line para o evento.
Algumas obras de arte pontuam o parque. E velhos edifícios,
com seus tijolinhos aparentes e suas escadas anti-incêndio, convivem com
prédios modernos, de fachadas de vidro, linhas assimétricas ou curvas. A valorização
imobiliária da área é flagrante aos olhos de qualquer observador, e parece que
foi provocada pela implantação do parque.
Em certo ponto do parque, há um inusitado ponto de
observação da rua. O parque se projeta por cima de uma movimentada avenida, e
uma grande parede de vidro permite que as pessoas fiquem observando a passagem
dos carros. Sentam-se como se estivessem num anfiteatro. Não entendo muito bem
a graça desse tipo de observação de paisagem. Talvez seja apenas o inusitado do
ambiente.
Os trilhos de trem foram conservados e na parte final do
parque, ruínas de alguma antiga estação conferem um ar ainda mais nostálgico ao
parque, que a essa altura se estende junto ao rio, como uma espécie de pier. Do lado direito, dezenas de carros
de trem remetem diretamente às origens do espaço que foi devolvido à cidade com
um sentido totalmente novo.
O passeio me parece imperdível.
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