Três dias intensos em Nova Iorque.
As primeiras observações sobre a cidade incidem no óbvio: é
viva, pulsante e heterogênea. Impressionante a quantidade de pessoas andando
nas ruas a qualquer hora do dia ou da noite. Bares, restaurantes e cafés
abertos até tarde, e pessoas sempre chegando e saindo de algum desses lugares.
Num dos dias em que fui à Ópera, que terminou depois da meia-noite, perguntei a
dois jovens nova-iorquinos se era perigoso pegar o metrô àquela hora, e eles de
pronto me responderam que de modo algum. Não em Manhattan, onde as coisas
parecem não parar nunca. De fato, voltei ao hotel de metrô, e caminhei alguns
quarteirões, de madrugada, sem qualquer sobressalto. Sempre há pessoas caminhando nas ruas.
Outra coisa marcante em Nova Iorque é a diversidade de
sotaques, jeitos de vestir, comidas, religiões. É uma cidade onde se escutam,
literalmente, todas as línguas. Ninguém espere caminhar por Manhattan e ouvir apenas inglês. E não
me refiro apenas a Times Square ou à
5ª Av., onde turistas do mundo inteiro se amontam e se atropelam. Refiro-me a
qualquer ponto de Manhattan,
refiro-me ao metrô, ao ônibus, às ruas meramente residenciais. Por toda parte
há pessoas falando outro idioma que não o inglês. Faz tempo que não vou a Paris
ou Londres, mas tenho dificuldade de imaginar uma cidade mais cosmopolita. A
pessoa que se dispuser a ficar 10 minutos numa esquina de qualquer das avenidas
movimentadas de Manhattan vai ver passando diante de si judeus, muçulmanos,
hindus, além dos mais diversos tipos sociais: patricinhas, periguetes,
almofadinhas, hippies, emos, nostálgicos, enfim, todo tipo de criatura social,
com suas marcas de distinção, seus estilos próprios de vestir e de andar. De
par com a diversidade humana e de sotaques, Nova Iorque tem restaurantes para
todos os estilos e paladares, assim como igrejas e templos de todas as
denominações, e pertinho umas das outras -- sinagogas a poucos metros de
catedrais católicas e episcopais, de igrejas batistas, evangélicas.
Enfim, Nova Iorque é mesmo um grande caleidoscópio
sociocultural. Lugar interessantíssimo para observar pessoas. Por isso mesmo me
parece que caminhar é a melhor maneira de efetivamente conhecer a cidade.
Caminhei muito, não apenas pela parte central e mais turística de Manhattan, mas pelos bairros. Caminhadas
combinadas com o metrô servem para dar uma ideia muito acurada do que é Nova
Iorque, sua alma, seu ritmo, seus personagens. Adorei. E me senti sempre muito
segura. Descobri, já no último dia, que há passeios a pé pela cidade, gratuitos
(http://www.freetoursbyfoot.com/new-york-tours/). Como Nova Iorque é uma cidade
que se deve visitar várias vezes, na próxima pretendo fazer um desses walking tours, preferencialmente ao Brooklyn, que ainda não conheço. É bom
frisar isso: Nova não se resume a Manhattan.
E uma curiosidade: há muitíssimos eslavos vivendo em Nova
Iorque. Depois do Inglês foi, sem dúvida, o que mais escutei nas minhas
caminhadas pelas ruas, e no metrô.
Dicas de viagem:
Manhattan parece
um grande tabuleiro de xadrez. É facílimo orientar-se. Está dividida em duas
bandas, a parte leste (East) e a
parte Oeste (West). A maior parte das
ruas transversais é numerada, com a indicação se é Leste (E) ou Oeste (W). As
grandes avenidas que cortam Manhattan
no sentido vertical (creio), também são numeradas. O que as diferencia é que as
primeiras são St. (ruas) e as segundas são Av.(avenidas). As áreas de maior
interesse turístico se concentram entre a 8ª Av. e a 5ª Av. E entre a 34th St
(onde está o Empire State Building) e
a 59th, onde começa o Central Park.
Os museus mais importantes se situam nas proximidades do Central Park, que é enorme. Ao norte do Central Park começa o Harlem.
Times Square fica nas ruas de
numeração 40 (estação 42St do metrô), com a 7ª Av. Essa é uma configuração
urbana que convida a caminhar. É muito difícil alguém se perder nesse miolo.
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